Batman vs Superman: as consequências de uma falsa publicidade

Batman vs Superman: as consequências de uma falsa publicidade

Batman v Superman: Dawn of Justice

PG-13 151 min AÇÃO

7.2
IMDb 7.2/10 258,449 votos

25 Mar 2016

N/A

Sinopse


Como fazer com que um filme seja um dos mais esperados do ano?
Junte o Justiceiro de Gotham City e o Homem de Aço de Metrópolis, talvez os super-heróis da DC Comics mais populares, no mesmo lugar e faça-os brigarem.
Faça questão de enfatizar a luta em todos os trailers, criando uma expectativa enorme nos fãs que, com certeza, sonharam em ver essa luta em live-action por muito tempo.

Misture a isso a polêmica da escolha de Ben Affleck como o novo Batman, substituindo Christian Bale que interpretou o morcego na aclamada trilogia de filmes de Christopher Nolan, sendo este não tão querido pelos fãs de quadrinhos graças a sua atuação fraca no renegado filme “Demolidor – O Homem sem Medo” de 2003.
Acrescente a primeira aparição da amazona Mulher-Maravilha em filmes, sendo interpretada pela misteriosa Gal Gadot.

Por fim, divulgue que o filme é inspirado em uma das obras mais queridas e aclamadas sobre o Batman: “The Dark Knight Returns” de Frank Miller.
Essa é a receita da publicidade criada para “Batman vs Superman: A Origem da Justiça”.
Mas o tiro saiu pela culatra. A tão esperada luta que dá nome ao filme é mais psicológica do que física.

O filme começa bem, com o ponto de vista de um cansado e amargurado Bruce Wayne que vê a destruição e a morte de vários inocentes, consequência da luta de Superman, com Henry Cavill revivendo o personagem, contra General Zod, que ocorreu em “Homem de Aço”, filme também dirigido por Zack Snyder, lançado em 2013.

Após uma passagem de tempo, a tensão entre os super-heróis ainda é fraca para justificar uma luta mortal entre ambos. Eis que surge Lex Luthor, o verdadeiro protagonista do filme, em uma interpretação ora caricata, ora carismática de Jesse Eisenberg, que quer destruir o Superman e manipula tudo e todos para fazer com que ele caia perante a sociedade.

Quando finalmente o tão esperado embate acontece, e só começou por chantagem de Lex em cima de Clark Kent, a luta acaba em poucos minutos com um desfecho hilário e mal explicado.

Assim, os novos amigos de infância se unem para derrotar o monstro criado por Lex usando tecnologia kryptoniana, Apocalypse, com a ajuda súbita da Mulher-Maravilha.

Depois de matar um dos vilões mais fortes da DC Comics apenas com uma lança feita de kryptonita, Superman morre e o filme acaba.

A reação foi rápida e surpreendente: críticas negativas de especialistas e fãs sobre um filme que tinha tudo para ser idolatrado.

O filme em si não é ruim, temos uma atuação excelente de Ben Affleck, que incorporou o espírito do Batman e presenteou o público com o lado “briguento” do morcego em cenas de lutas incríveis, característica que nunca havia sido propriamente explorada antes no cinema.

Temos também uma visão interessante no psicológico do Superman, confuso entre sua vida como Clark Kent, junto de sua amada Louis Lane, e a vida como “deus” entre os humanos, sem ter certeza se ele é aquilo que a Terra quer e precisa.

O fator favorito dos fãs, as inúmeras referências aos quadrinhos, é um deleite, mas involuntariamente deixa o público novato confuso e acaba cansando em certos momentos.

Mas apesar do desenvolvimento lento e sufocante do filme, o maior culpado da recepção negativa talvez seja a própria Warner Bros. Pictures, que vendeu o filme como algo que não era e criou uma expectativa falsa no público. O resultado é esse: o filme é um sucesso de bilheteria, tendo arrecada US$ 834,4 milhões até esta data, mas frustrando a expectativa do estúdio de arrecadar 1 bilhão, e um fracasso pela crítica, com uma nota geral de 4.9/10 segundo sites especializados.

Fica agora a expectativa com o filme já confirmado “Liga da Justiça”, com previsão de lançamento para 2017, mas dessa vez com um público mais cauteloso do que animado.

Crédito: Ana Carolina Siqueira Soares e Denner Christien

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