Supernatural: quando fãs querem o fim de um seriado

A primeira temporada de Supernatural (Sobrenatural) estreou em 13 de setembro de 2005. A série de suspense, criada por Erick Kripke e produzida pela Warner Bros Television, conquistou fãs em todo o mundo nos últimos 11 anos. A trama gira em torno da história dos irmãos Dean e Sam Winchester, que viajam de carro pelas estradas dos Estados Unidos, “saving people, hunting things. The family business”. Os rapazes foram criados nesta vida pelo pai, John Winchester, após a morte misteriosa de Mary, mãe dos garotos. O seriado parece chegar ao seu ápice quando os irmãos protagonistas salvam o mundo do terrível apocalipse, mas a cada nova temporada surgem lendas, monstros, situações adversas, perigos e forças do mal nunca antes enfrentadas por Sam e Dean. Uma surpresa a cada temporada. Mas até quando?

Mesmo com uma legião apaixonada de seguidores, há um questionamento sobre a continuidade de Supernatural. Como acontece com muitas produções seriadas, há quem seja a favor do fim da série para preservar, por exemplo, a originalidade das primeiras temporadas. Outros, por outro lado, são adeptos do “quanto mais, melhor” e defendem que deveria o seriado deveria ser “infinito”.
Essa discussão não vem de hoje. Existem “hunters” que defendem o fim da série desde a 5ª temporada, veiculada entre 2009 e 2010, momento justamente em que acontece o apocalipse e os irmãos Winchester têm de lutar contra Quatro Cavaleiros sombrios, além do próprio Lúcifer, para impedir o fim do mundo. Mas a partir daí surgem outras problematizações para dar panos à manga.
É sempre assim: medidas desesperadas de Sam e Dean para salvar um ao outro – ou ao mundo – trazem sempre consequências ainda mais drásticas e lançam desafios desconhecidos a serem desenrolados na temporada seguinte. A 12ª, inclusive, está ao final do seu processo de gravação. Atingindo esta marca, Supernatural se torna a série mais antiga do Warner Chanel.

Além da inegável criatividade de seus roteiristas, alguns fatores imprevisíveis merecem ser destacados como responsáveis pela longevidade do seriado. Pela temática da fantasia e a liberdade da falta de compromisso com o real, personagens morrem e retornam. Os protagonistas, Sam e Dean – vividos por Jared Padaleck e Jensen Ackles -, parecem revezar entre si quem morre (ou chega muito perto disso) e retorna em cada temporada. Outro fato interessante é que talvez não se contasse com o grande sucesso do personagem interpretado por Misha Collins, o anjo Castiel, quando ele foi introduzido à história na quarta temporada. Carismático, Misha conquistou a simpatia dos fãs na ficção e na vida real, sendo o queridinho dos hunters nas redes sociais e parecendo transformar em trio o que anteriormente era uma dupla de protagonistas. Mark Sheppard, na pele do demônio Crowley, também merece seus louros: ele pode desfilar tranquilamente entre os vilões mais queridos de todos os tempos.

Supernatural continua a cativar seus fãs, mas é preciso atenção às críticas do público, porque elas têm fundamento. É natural que chegando à 12ª temporada muita coisa tenha mudado no desenrolar da trama, mas o afastamento em excesso da proposta inicial do seriado pode não ser benéfico para o enredo. Cabe à equipe cautela para analisar em que ponto a coisa pode virar “encheção de linguiça” e encerrar o seriado antes disso, preservando boas lembranças na memória dos fãs. Alguns, inclusive, acreditam que este momento já tenha passado da hora e que a qualidade dos roteiros venha caindo. Qual seria o momento ideal para Dean e Sam Winchester saírem definitivamente de cena?