O feminismo nos quadrinhos da Marvel

O feminismo nos quadrinhos da Marvel

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Sinopse


O universo das histórias em quadrinhos mais do que nunca tem servido como inspiração para grandes produções que são sucesso de bilheteria e audiência mundo afora. X-Men, Capitão América, Quarteto Fantástico, Homem de Ferro, e outros títulos da Marvel Comics caíram facilmente no gosto popular e causam euforia entre os fãs ao anúncio de cada novo filme.

Talvez o que chame mais atenção do público e crie esta atmosfera de identificação entre ele e os heróis da Marvel são as características e distúrbios psicológicos tão pessoais carregados por estes “super-humanos”. Depressão, psicose, paranoia, vícios e instabilidade emocional são apenas alguns distúrbios psicológicos mostrados como determinantes no passado ou presente para a transformação de personagens que tinham tudo para serem normais em indivíduos capazes de coisas extraordinárias (tanto para o bem quanto para o mal, em algumas situações). E é justamente o descaso com que nós, sociedade, ainda tratamos esses distúrbios que faz com que milhares de pessoas se enxerguem em Batman, Capitão América e Wolverine (só para citar alguns) espelhos de si mesmas.

O título deste artigo fala sobre feminismo e as histórias em quadrinhos, mas até agora você leu por aqui apenas citações aos super-heróis, não é? Então vamos lá. Mulheres fortes e decididas, daquelas que podemos classificar como “casca grossa”, também aparecem nas páginas da Marvel. E nesse sentido, quem largou na dianteira ao levar as super-women para frente das câmeras foi o serviço de streaming Netflix ao transformar Jessica Jones em um de seus produtos originais.

Jessica Jones é uma personagem tão multifacetada como milhares de mulheres espalhadas ao redor do mundo. Superpoderes à parte, Jess é gente como a gente ao fugir quase que sempre do estereótipo de “bela, recatada e do lar”. Ao contrário do que poderia se supor, Jessica vive só, trabalha como uma espécie de Sherlock Holmes de pequenas causas e não possui um vocabulário que possamos chamar de polido e erudito. Além disso, Jessica não faz questão de esconder seus defeitos e traumas, sejam os que estão ligados à perda precoce da família ou aqueles que vem dos abusos físicos e psicológicos causados à ela pelo vilão Killgrave, tão comuns em milhares de relacionamentos abusivos aos quais inúmeras mulheres estão presas.

Mas Jessica Jones não pode ser considerada feminista apenas por sua personagem principal. Jessica Jones fala de mulheres para as mulheres. Aos assistir a série é impossível não se identificar, pelo menos um pouco ou em alguma fase da vida, com algumas das fortes mulheres mostradas, seja com a advogada que se assume lésbica sem medo do que a sociedade vai pensar e é uma referência no seu setor de atuação, seja com a melhor amiga que se desvencilhou de uma relação conflituosa com a mãe para se tornar uma profissional bem-sucedida que mantem o seu senso de justiça, ou ainda com a enfermeira que aparece apenas no fim da temporada e arrisca seu emprego para fazer o que é certo.

A primeira temporada de Jessica Jones tem 13 episódios e está disponível no Netflix. A segunda temporada já está sendo gravada. Se você é mulher e acredita que “Yes,We Can”, recomendo que assista!

Crédito: Bárbara de Oliveira Miranda e Eduardo Murbach Consoli

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